27.2.11

Gotas de Silêncio

Leio as tuas palavras.
Absorvido nos sentidos que por lá abundam
Viajo pelo teu íntimo
Desvendado pela tua inspiração
Desnudado pela tua emoção

Leio as tuas palavras.
Escritas em tons suaves
Perfumadas pela poesia
Depositada gota a gota
No silêncio de quem te lê

Leio as tuas palavras.
Escritas pelos lábios que me sussurram
Numa canção que inventas no momento
E se espalha melodiosamente no meu ser
Qual poema bailando na tua fala

Leio as tuas palavras.
Num frenesim de memórias soltas
Numa torrente de estações passadas
Num enxerto de momentos vividos
Em doce e fugaz recordação

Leio-me nas tuas palavras
Ao falares do sentir que é teu
Transmutado num sentir que é meu

Leio-me nas tuas palavras
Com saudades do futuro que elas encerram
Na promessa de um passado por libertar

JCE

23.2.11

Departure



it's official, we did it!

16.2.11

Para grandes males, grandes remédios

Há dias em que o desgosto é tal que se assemelha a caminhar por um rio gelado e, por mais que me tente abstrair, há sempre o perigo de cair dentro deste rio onde congelei todos os sentimentos.

Nesses dias intermináveis escrevo sem parar largos textos sem sentido em papel de cozinha, guardanapos, folhas soltas, individuais, blocos de notas, post-its, tudo o que aparece e que serve para atenuar este grito pendente na minha garganta inflamada de dor e saudade; nesses dias sinto a falta do teu cheiro na minha roupa, da tua voz, de te ver de óculos, dos teus lábios roçarem os meus e de te beijar o pescoço; nesses dias dou por mim a chorar no carro enquanto oiço na rádio alguma música lamechas; nesses dias rodeio-me de multidões mas era contigo que queria estar; nesses dias não vejo nem oiço nada, e creio que ninguém se esforça por me perceber.

É nesses dias que mais penso em ti, o ar torna-se rarefeito e pesado, abro a boca o máximo possível e inspiro com força mas em vão, o ar continua a faltar e o corpo treme, treme sem parar e começo a suar. Aperto a cara com as mãos na esperança de tomar o fôlego, mas é tarde de mais, o gelo racha debaixo de mim.

É nesses dias que vasculho tudo o que me resta teu, todas as lembranças que me deixaste ao longo da nossa história. Para finalizar todos os restos da nossa vida, leio o email que me mandaste na primeira noite de Fevereiro… então, todo o desgosto, nostalgia e saudade desaparecem e o ar torna-se leve e respirável outra vez...

14.2.11

Valentine failed again this year

29. Ler O Alquimista de Paulo Coelho.



jaz(es) na estante

13.2.11

umps

Pela segunda vez numa vida tão curta, não faltou peixe a saltar-me para o barco, melhor pescaria era impossivel: peixes grandes e carnudos, daqueles capazes de acabar com a fome na Etiópia!! A questão é que, ao que parece, não sou capaz de comer mais peixe nenhum... I guess I'm just running out of the championship!

Com este pequeno desabafo, despeço-me
vou dormir e só acordo Segunda às 7h,
segundo semestre espera-me.


Binix

9.2.11

Rewinding

Pucket, Tailândia

11 de Agosto

19h30

Como que colado através do tempo numa encosta demasiado íngreme, o resort adormecia ao lado de uma praia paradisíaca de água demasiado quente e cristalina, daquelas que aparecem nos postais e anúncios televisivos e que ninguém acredita serem senão fonte de um vanguardista programa de computador. Cape Panwa assemelhava-se igualmente a outra dessas fotografias de sonho que só os mais instruídos na matéria tinham sucesso em conseguir. Terminara há segundos uma típica chuvada de crepúsculo, um pé de água capaz de trazer tudo o que ninguém quer e levar consigo tudo aquilo que mais se deseja, aqui a natureza não brinca nem se preocupa em avisar quando chega.

A tempestade acabou tão repentinamente como começara, já era noite mas o calor permanecia e a humidade aumentara, a camisola colava-se ao corpo suado e as mãos molhadas tremiam com medo de arruinar o tesouro que guardavam religiosamente desde o começo do dia. Caminhava lentamente pelos relvados do hotel até encontrar um caminho de terra que me levasse à praia, o ar demasiado quente e demasiado húmido trazia consigo cheiros exóticos a canela e soja que se colavam na pele, deixando-a ainda mais húmida, mais sedenta...

Chegando à praia o ar torna-se mais fresco e menos denso, olho para trás e observo a encosta, pequenas villas iluminadas, forradas com palmeiras e coqueiros davam um ar selvagem a um lugar tão luxuosamente pensado, mas nada disto importava. Deito-me numa das diversas camas de vime forradas com cortinas de algodão branco que haviam espalhadas pela interminável língua de areia que percorria a península deste paraíso. Uma fresca brisa havia agora começado, os milhares de cortinas das camas de vime esvoaçavam agora, dando um ar fantasmagórico e único aquela praia interminável e deserta, era o momento perfeito!

Respiro fundo, abro as mãos húmidas e dou vida ao tesouro. Uns eternos segundos de suspense e, finalmente, oiço-te do outro lado. Essa tua voz inconfundível e doce desperta-me toneladas de saudades. Hoje é o teu dia:

-Parabéns! Amo-te