25.3.14

Corolário

É quando a noite chega, serena e arrebatadora, que todos os medos e pensamentos atormentam as demais almas que vagueiam em camas dispersas. A noite nada mais é que introspectiva do dia, e as noites dos dias, e a escuridão lunar da vida de todos nós, da tua vida que eu fiz minha e agora é nossa, com todo esforço e orgulho. 
Errar é humano mas contigo eu luto para não o ser, não quero ser humano, quero ser uma máquina que se molda a ti e tudo faz para te agradar e satisfazer. Contigo ambiciono ser perfeito, magnânimo. 
Mas perfeição não existe e de tanto querer ser perfeito, errei, porque por mais que queira, sou humano. Mas as máquinas perfeitas construídas por gente que desconhece a perfeição também erram, colapsam, bloqueiam, e para isso não há solução. Mas o ser humano possui a maior perfeição possível: colapsar, bloquear, errar, e para tudo isso ter solução: lutar. 
A força humana move montanhas, e eu, por mais perfeição que ambicione, não a terei, nunca. Mas força de vontade nunca me faltará quando o motivo para mover todas as montanhas deste mundo e do próximo és tu. 
É quando a noite chega, serena e arrebatadora, que todos os medos e pensamentos atormentam as demais almas que vagueiam em camas dispersas, e a minha não é excepção: o meu maior medo és tu, deixar de poder fazer da tua vida a nossa, de ter errado, bloqueado e colapsado. Mas eu amo-te, um amor que só o ser humano conhece, e dentro dele, só poucos têm a sorte de o sentir. 
Portanto, quando for noite e estiveres na cama a pensar nos medos e pensamentos que te atormentam, levanta-te, olha para a noite e pensa que, acima de tudo, da razão, da física, da lógica, existe algo para o qual não há matemática nem teoria: o amor, e que no meio da noite serena e arrebatadora, eu estou sempre a pensar em ti, e que lutarei por nós até não existirem mais montanhas neste mundo que é a vida.