16.9.10

Restos de uma Vida

É à noite, deitado na cama, que mais me lembro de ti. É à noite, quando a cidade esta deserta, a casa vazia e o coração destroçado que apareces numa lembrança ténue e singela que rapidamente se transforma em algo demoníaco e omnipresente, tão forte como espada afiada que trespassa o corpo de uma a ponta a outra, é essa a dor que sinto cada vez que penso em ti, um vazio gigante, uma dor titânica, uma mágoa interminável…
O que nos aconteceu? Ficou tanto por dizer, tanto por explicar, tanto por completar…
Criaste-me um mundo que desconhecia até então, do qual sinto constante saudade e desejo, eras tu o meu primeiro pensamento ao acordar e o último momentos antes de adormecer, era por ti que ardia de paixão, sentia-me ansioso sempre que não estava contigo e apenas em paz quando a ti me juntava.
Mas meu amor, não se ajuda quem não quer ser ajudado, o maior cego é aquele que não quer ver e tu não viste nada, não quiseste ver. A minha luta incansável pela nossa relação não era mais do que remar contra a gigante maré de preconceito que trazias cada vez que estávamos juntos e isso esculpiu em mim uma grande dose de frustração. Quando se dá tudo por tudo e obtemos menos que nada acabamos por cair em nós mesmos, trataste-me como lixo, nem sequer tiveste a decência de acabar comigo pessoalmente, para ti não passei de uma puta que só servia para as horas de desejo carnal e isso é o que mais me magoa…
No entanto, é à noite, deitado na cama, que mais me lembro de ti. O corpo contorce-se, o coração lateja e os olhos choram, choram sem fim, choram porque embora lute desmesuradamente para te esquecer, tudo cá dentro grita por ti, grita por nós, grita em memória a tudo o que, outrora, fomos…


E tu nem imaginas a falta que isso me faz…



3 comentários:

  1. só de ler o que escreveste sinto-me triste, porque como bem sabes também já estive onde te encontras e aliado a isso custa-me muito ver-te sofrer, por quem já não te merece. infelizmente também sei que não há palavra de consolo que alivie essa dor que trazes ao peito, a única cura é o tempo por muito irónico que seja, mas é. e enquanto o tempo não passa, estarei aqui ao teu lado @

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  2. tens razão. eu como não me senti na posição de comentar o assunto em si do texto, limitei-me a comentar a escrita. mas agora que falas nisso, espero que tudo se resolva, é que pareces estar mesmo triste e acho que não é assim que as pessoas do teu entourage te querem :)
    bem, ahah. não sei se ja sabes que não estou em portugal. eu voltei porque...sinceramente, agora nem sie porque voltei. pode-se dizerque mal pûs os pés no luxmeburgo, fiquei logo arrependida de ter voltado. mas pronto, em termos de escolaridade, a unica coisa ma é que afinal, não fazer o que mais queria, que era linguas e humanidades. mas isto passa x)
    mas eu quero ver se consigo ir ai nas férias de natal ou de pascoa, mais tardar de verão. e quando estiver ai obrigo-te a ti e à fa a irem dar uma voltinha comigo. e tu conduzes, porque sei que ja tens a carta :D beijinho

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