Tudo me escorre pelas mãos com uma graciosidade tal, com uma subtileza extrema, como uma pauta musical flutuante que deixa vestígios em todos os cantos do meu corpo. Corro com o coração nas mãos, fujo para onde não quero e escondo-me onde não posso, sinto que chego para tudo e não sirvo para nada, penso que tenho o mundo a meus pés quando afinal todos me subjugam. Tento fugir mas sai sempre em vão, esta música persegue-me e denuncia-me para onde quer que vá, empurra-me de precipícios e espreme-me as lágrimas que me molham a cara e me secam a alma.
Que palhaçada esta de ficar sonhando com o que não se pode ter. Perco tempo e tempo é dinheiro. Perco amigos e amigos são património, não da terra, mas do coração e nenhuma herdade me preenche este buraco do peito, agora que o seguro com as mãos. Estou pouco tempo com quem amo e demasiado com quem não importa, quero tudo o que não tenho e desprezo tudo o que possuo.
Continuo a correr com o coração nas mãos, corro nesta valsa da vida lassa onde o que quero está perto mas nunca chega, nesta pauta musical que me eleva a alguém que não existe, a um eu que julgava conhecer, um homem que pensava saber tudo e que afinal, não sabe nada. Palavras? Levou-as o vento, e que leve a música também!
Continuo a correr com o coração nas mãos, corro sem hesitar, já sem fôlego, sem prazer, corro em busca de três décimas, de três míseras décimas…
comovente bebé. olha, vou-te dizer o que a minha mãe me disse há pouco que é simplesmente sabermos que demos o nosso melhor e não desistirmos! e é lixado, mas se não lutarmos... quem luta por nós?
ResponderEliminareu acredito em ti, sei que vais conseguir. @