2.7.10

Sarah

Olho para trás, revejo tudo o que passou, o que são três anos numa vida? Nada diria eu, até olhar para os três anos que passámos juntos e sentir a cabeça lotada de tanta informação, de tantos momentos inesquecíveis, de tantas gargalhadas, de tanto desabafo e carinho.
Torna-se complicado escrever quando a nossa cabeça é tela de cinema e onde nela sou mero espectador, sentado no único lugar disponível. Este filme que passa é sobre nós Sarah, é tão bonito, gostava tanto que estivesses aqui comigo, eu arranjava lugar para ti nesta sala vazia, arranjo sempre. Vejo-nos em jantares, em teatros, em cidades, vejo momentos de zangas efémeras e promessas eternas, vejo a tua casa e a minha, vejo-te.
Em todas estas cenas que passam num ápice e causam uma latejante nostalgia existem outras pessoas, sombras desfocadas numa paisagem onde só tu importas, hoje é o teu dia, embora o teu dia seja sempre que quiseres, tu é que ainda não notaste, ou já e não o admites! És especial à tua maneira e tenho pena de quem não se apercebe disso.
Devias estar à espera de algo cómico e implacável de mim, penso que é assim que me caracterizas, mas há pequenas coisas em mim que ainda precisas de descobrir, e eu cá estarei, para que contigo descubramos o mundo que ainda nos é desconhecido...

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