Passaram-se horas, talvez dias, não sei bem, sou apenas corpo, massa, objecto, a alma ficou para trás a partir do momento em que forçou o acelerador e fomos sugados para outra dimensão. De repente, estávamos ali, estagnados, e a paisagem fugia de nós a uma velocidade exorbitante, as árvores tornaram-se simples postes, os carros corriam para trás e as pessoas eram meras sombras que escoriavam a cidade branca.
Não senti qualquer receio, nenhum arrepio me percorreu a espinha e o suor provocado pelo calor sufocante voava pelo vento a fora. Não sei a quanto íamos, confiava nela a cento e um porcento e como tal distraia-me ao ver a tão familiar paisagem tornar-se abstracta á medida que descíamos a avenida em direcção ao rio, voávamos tão rápido que os pensamentos de medo e o instinto de sobrevivência não nos acompanhavam e, como tal, não senti qualquer remorso pela loucura que cometia, embora os meus olhos me mostrassem que a cada segundo que passava, o perigo que corria aumentava e que voávamos cada vez mais depressa, a mente não parecia compreender tal linguagem, e eu não me preocupei em traduzi-la.
As duas grossas rodas já mal tocavam no asfalto ardente, sentia-me totalmente livre, mais do que outrora sentira, uma estranha sensação, aquele formigueiro proveniente das entranhas mais profundas do meu leve corpo subiu até à garganta seca, era mais emocionante do que qualquer revolução, mais emocionante que uma guerra pela independência, mais tentador que uma maçã sumarenta e carnuda, mais reconfortante que um divã forrado de veludo escarlate. Era a verdadeira acepção da palavra liberdade, voar sem fazer esforço, um grito no vácuo, uma leveza igualada à queda de uma folha de plátano que alcança o chão com uma graciosidade e reconforto únicos, era eu, sentado naquele banco de camurça escura, agarrado ao desconhecido, sem pensamentos, sem palavras, apenas sensações, aquela que muitos procuram, poucos a encontram e raros a alcançam, descobri a cura para a pressão citadina, para a preocupação constante e para a vida desenfreada, o perigo da liberdade!
Não senti qualquer receio, nenhum arrepio me percorreu a espinha e o suor provocado pelo calor sufocante voava pelo vento a fora. Não sei a quanto íamos, confiava nela a cento e um porcento e como tal distraia-me ao ver a tão familiar paisagem tornar-se abstracta á medida que descíamos a avenida em direcção ao rio, voávamos tão rápido que os pensamentos de medo e o instinto de sobrevivência não nos acompanhavam e, como tal, não senti qualquer remorso pela loucura que cometia, embora os meus olhos me mostrassem que a cada segundo que passava, o perigo que corria aumentava e que voávamos cada vez mais depressa, a mente não parecia compreender tal linguagem, e eu não me preocupei em traduzi-la.
As duas grossas rodas já mal tocavam no asfalto ardente, sentia-me totalmente livre, mais do que outrora sentira, uma estranha sensação, aquele formigueiro proveniente das entranhas mais profundas do meu leve corpo subiu até à garganta seca, era mais emocionante do que qualquer revolução, mais emocionante que uma guerra pela independência, mais tentador que uma maçã sumarenta e carnuda, mais reconfortante que um divã forrado de veludo escarlate. Era a verdadeira acepção da palavra liberdade, voar sem fazer esforço, um grito no vácuo, uma leveza igualada à queda de uma folha de plátano que alcança o chão com uma graciosidade e reconforto únicos, era eu, sentado naquele banco de camurça escura, agarrado ao desconhecido, sem pensamentos, sem palavras, apenas sensações, aquela que muitos procuram, poucos a encontram e raros a alcançam, descobri a cura para a pressão citadina, para a preocupação constante e para a vida desenfreada, o perigo da liberdade!
ehhh meu louco!
ResponderEliminarvrum vrum baby @
"uma leveza igualada à queda de uma folha de plátano que alcança o chão com uma graciosidade e reconforto únicos", liked it so much *.*
ResponderEliminarBeijinho
abstracionismo objectivo *.*
ResponderEliminarGosto :P