"O que resta do meu sono, quando acordo num dia dividido, é um movimento mecânico no indistinto. Estendo o meu braço na direcção rotineira de um pequeno pórtico sumido no breu da divisão invisível. Aguardando pelo seu olhar de labareda e esperando que este afogueie o meu cabimento antes de o alcançar. Essa chama não és tu, mas o teu reflexo na palavra escrita.
Para mim, palavras nada mais são que palavras. Conjuntos de sons compostos por símbolos, conjuntos de figuras compostas por timbres. Mas quando, pelo emissário a tua reprodução não chega, fico em suspensão nas horas, nos minutos, nos segundos… de todas as palavras, as tuas, são as mais aguardadas.
De mim, não te posso dedicar uma escritura ou uma melodia, pois das artes, são as minhas piores. Nada quero para ti senão o melhor. Posso contudo, e através da minha limitação na arte exacta, dar-te a tangibilidade de uma figura.
A minha.
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