3.6.10

In The Shadow Of Your Heart

As palavras escasseiam-me, a cabeça lateja, está um tempo exageradamente abafado e os olhos teimam em fechar-se constantemente, quero beijar-te e já não consigo, já é tarde e tu vives ainda mais atrás do que atrás do sol-posto. Quero poder agarrar-te na mão enquanto conduzes, pôr as mudanças enquanto guias o volante, excitar-te enquanto tentas olhar a estrada, inebriar-te com o meu cheiro que sei que tanto gostas!
Mesmo que houvessem palavras para descrever o que entre nós aconteceu, nunca teria tal ousadia, é algo demasiado perfeito para estragar com triviais palavras, com inexpressivas expressões, com insuficiente pontuação. O meu pensamento gira em volta de ti apenas, vivo ansioso sempre que não te tenho na minha presença e apenas em paz quando essa à minha se junta. Diria que vivo apenas para os nossos encontros, vivo na sombra do teu coração, que tanto disputo!

Sempre que te despedes de mim, sempre que me deixas à porta de casa como quem espera insistentemente um dia poder entrar, luto contra o impulso de olhar para trás uma última vez, luto contra a procura desenfreada dos meus olhos aos teus, da minha boca à tua, do desejo que tenho de, cada vez que te vejo, te tornar em algo meu e meu apenas.

Um dia dir-te-ei tudo o que realmente sinto por ti, por agora…



Adoro-te imenso!



3 comentários:

  1. ainda gostava de perceber o que raio é essa fotografia.

    mais uma vez, brilhante e apaixonante!
    é assim que eu gosto de te ver.. de sorriso no rosto por alguém que até agora só tem dado provas que realmente gosta de ti (:

    (escrevi uma coisa no meu dedicada a ti, não é nada de especial mas a tarde de hoje deu-me que pensar! no bom sentido, claro :D)

    you know, I love that we share it all @

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  2. O que resta do meu sono, quando acordo num dia dividido, é um movimento mecânico no indistinto. Estendo o meu braço na direcção rotineira de um pequeno pórtico sumido no breu da divisão invisivel. Aguardando pelo seu olhar de labareda e esperando que este afogueie o meu cabimento antes de o alcançar. Essa chama não és tu, mas o teu reflexo na palavra escrita.
    Para mim, palavras nada mais são que palavras. Conjuntos de sons compostos por símbolos, conjuntos de figuras compostas por timbres. Mas quando, pelo emissário a tua reprodução não chega, fico em suspensão nas horas, nos minutos, nos segundos… de todas as palavras, as tuas, são as mais aguardadas.
    De mim, não te posso dedicar uma escritura ou uma melodia, pois das artes, são as minhas piores. Nada quero para ti senão o melhor. Posso contudo, e através da minha limitação na arte exacta, dar-te a tangibilidade de uma figura. A minha.
    Faltas-me.

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