3.1.10

Fogo que arde sem se ver

É fascinante como a (minha) vida consegue ser pacífica por uma quantidade tão ínfima de tempo. Por muito que concorde e acene positivamente aos que se queixam viver numa anomia sentimental, desconheço tal conceito a que chego, por vezes, a chamar de privilégio! Queremos sempre aquilo que não temos e por vezes sinto-me sedento de calma e de monotonia, como se procurasse no local errado, com as pessoas erradas, nos momentos inoportunos.

Pois bem, estava eu num desses escassos dias dessa escassa pacificidade que aparece escassamente na minha vida quando decides, depois de já te conhecer há algum tempo, aparecer literalmente, em carne e osso e tenho de admitir: que carne! E que osso! Nunca me despertaste um peculiar interesse até ao dia em que realmente te conheci, não que nunca te tivesse conhecido, mas nesse dia, conheci-te de maneira diferente, conheci o teu verdadeiro eu, conheci essa tua personalidade genuína que tão rapidamente me despertou interesse e boicotou a escassa pacificidade que visitava por um tempo tão escasso a minha vida.

Já algum tempo passou desde que senti pela primeira vez o delicioso sabor desses lábios suaves, já lá vai o tempo em que, pela primeira vez, as nossas línguas se encontraram com fervor, querendo saciar todo o apetite até ali guardado. Hoje, quando te beijo, a paixão que sinto por ti aumenta como um incêndio em dia de vento, que se propaga velozmente pelo corpo todo e explode, deixando-me em brasa cada vez que os teus lábios roçam suavemente nos meus.

E mais palavras para quê, percebes perfeitamente tudo o que disse e tudo o que nunca direi, valorizo-te por isso, mais do que tu poderás um dia, eventualmente, imaginar…

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