24.1.10
12.1.10
Quando Quando?
Quando foi a última vez que largaste tudo e todos e fugiste para onde ninguém te pudesse encontrar?
Quando foi a última vez que caiste no chão a rir, rir até teres os olhos encharcados, até te doerem as entranhas e sentires a cueca a humedecer?
Quando foi a última vez que procuraste problemas, confusões, complicações e não encontraste?
Quando foi a última vez que chegaste da borga já todos corriam para o trabalho?
Quando foi a última vez que descobriste que alguém era para a vida?
7.1.10
Carolina
Hoje, mais que em todos os outros dias, senti a tua falta. Éramos todos os do costume menos tu, no lugar em que nos sentávamos habitualmente mas agora sem ti, aquela mesa que todas as quintas-feiras se enche de gente e de sonoridade estava para mim, silenciosa e inóspita ao meu bem-estar. E a cadeira ao meu lado, o lugar que costumavas ocupar, vazio, tremendamente vazio.
Na mesa debaixo dos plátanos despidos, onde todos aproveitam ao segundo todo o tempo livre e devoram desenfreadamente a comida que têm nos pratos ainda paira o teu perfume, misturado com os cigarros que fumavas, um a seguir ao outro, enquanto me deliciavas com as tuas histórias de vida, com as loucuras que eu tanto invejava.
Foi tão fácil deixar-me perder neste vasto mar de gente, foi tão fácil deixar tudo misturar-se como na foz do Tejo, onde agora te encontras. Quero tudo de volta, quero voltar a detestar tudo, não quero ser indiferente, quero impor-me, quero gritar e governar como outrora fazia, mas não consigo, não sem ti… Dizem que estou distante, que já não sou o mesmo, que as titânicas desilusões terminaram com a habitual boa disposição que aparentava ser inata em mim, dizem que estou a perder o interesse, que não me conhecem, que têm saudades de mim. Estou perdido! Por favor encontra-me, outra vez, por favor…
3.1.10
Fogo que arde sem se ver
É fascinante como a (minha) vida consegue ser pacífica por uma quantidade tão ínfima de tempo. Por muito que concorde e acene positivamente aos que se queixam viver numa anomia sentimental, desconheço tal conceito a que chego, por vezes, a chamar de privilégio! Queremos sempre aquilo que não temos e por vezes sinto-me sedento de calma e de monotonia, como se procurasse no local errado, com as pessoas erradas, nos momentos inoportunos.
Pois bem, estava eu num desses escassos dias dessa escassa pacificidade que aparece escassamente na minha vida quando decides, depois de já te conhecer há algum tempo, aparecer literalmente, em carne e osso e tenho de admitir: que carne! E que osso! Nunca me despertaste um peculiar interesse até ao dia em que realmente te conheci, não que nunca te tivesse conhecido, mas nesse dia, conheci-te de maneira diferente, conheci o teu verdadeiro eu, conheci essa tua personalidade genuína que tão rapidamente me despertou interesse e boicotou a escassa pacificidade que visitava por um tempo tão escasso a minha vida.
Já algum tempo passou desde que senti pela primeira vez o delicioso sabor desses lábios suaves, já lá vai o tempo em que, pela primeira vez, as nossas línguas se encontraram com fervor, querendo saciar todo o apetite até ali guardado. Hoje, quando te beijo, a paixão que sinto por ti aumenta como um incêndio em dia de vento, que se propaga velozmente pelo corpo todo e explode, deixando-me em brasa cada vez que os teus lábios roçam suavemente nos meus.
E mais palavras para quê, percebes perfeitamente tudo o que disse e tudo o que nunca direi, valorizo-te por isso, mais do que tu poderás um dia, eventualmente, imaginar…