5.9.09

Tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer...

... Mas tudo o que acontece duas vezes acontecerá certamente uma terceira. E ambos sabemos isso, sabemos que tudo o que se passou naquelas escassas horas, mergulhados nas águas escuras do atlântico, reflexo do céu carregado de nuvens, aconteceu duas vezes. E duas vezes esperava que chovesse, mas não que fossem os teus olhos a choverem, queria mais água fria a bater-me na cara, e não as tuas lágrimas salgadas a latejarem-me o coração. Tenho a estranha sensação de que só falamos por falar, porque já está enraizado em nós, e sei que, se não nos cansarmos de tanto falar, acabamos por nos cansar do silêncio, mas não arranjamos um meio-termo, nunca arranjámos. E eu afoguei-me, de ti e dos teus problemas, que tanto me fascinam e enervam.
Sempre que me deito na cama, sempre que mergulho na escuridão, com tanto medo como quando mergulho nas águas escuras do atlântico, penso em ti, penso em nós, penso nos teus problemas e o quão fácil a tua vida é, penso no que podíamos um dia ter sido e no que somos na realidade, penso no que fiz mal e no mal que tu fizeste, penso na vida, penso na morte, penso na morte depois da vida e na vida depois da morte, enfureço-me, dou um murro na parede e as coisas acalmam, depois da tempestade vem a bonança, sempre assim aconteceu, acontece com a vida, com as águas escuras do atlântico e connosco.
Quero ser mais do que teu amigo, mais do que teu confidente, e quando um homem quer muito uma coisa, todo o universo conspira para que possa realizá-la. Então porque que ela não acontece, será que não sou um verdadeiro homem? Ou não vivo no verdadeiro universo?
Tentei dispersar-me de ti, vivi a vida a correr, para que o tempo passasse mais depressa, porque quando as pessoas vivem a correr, o tempo acelera, porque o tempo não é nada mais, nada menos do que a maneira como nós o disponibilizamos, e eu fazia questão de nunca ter tempo para nada.
Mas foi tudo em vão, continuo a amar-te. O que isso significa para mim? Tudo. Para ti? Nada.

10 comentários:

  1. tal como te disse na nossa conversa, este é de longe o teu melhor texto. e mais uma vez, não digas q eu gosto de tudo teu. eu sou sincera, sou sempre contigo. se não gostar, digo-te. o problema é q gosto mesmo de (quase) tudo o q escreves. portanto caloue.
    apaixonei-me por este texto porque revejo-me nele. e mal li a primeira frase ri-me
    "Tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer... Mas tudo o que acontece duas vezes acontecerá certamente uma terceira."
    e sabes porquê? claro q sabes.. (LOL) porque já me aconteceu.. e ler o teu texto foi como uma lufada de vento q me trouxe tudo à memória. e tu dizes q não te inspiraste em ninguém.. mas como a nossa sampi diz "qual é o primeiro nome de ninguém?" se calhar, insconscientemente, isso saltou de dentro de ti para alguém.. ou não. ahah. foi um devaneio (eu passo a vida a tê-los)

    bem bebé, resumindo: amei mesmo. @

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  2. quase me vieram-me as lagrimas aos olhos.
    esta perfeito.

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  3. Lindo e espectacular, muito sinceramente, principalmente porque foi escrito com o coraçao :)

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  4. obrigada :)
    és dos poucos a gostar daquele xD

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  5. oh, mas eu estou com saudades do meu pais durante um ano inteiro, e so no verão é que posso matar saudades :C

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  6. pois :x
    mas depois é sempre bom matar as saudades *.*

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  7. aiiiiiiiii ri me tanto c um comentário aahahaha AHAHAHAHHAAHAHA

    pronto passando ao que interessa... tu sabes que amei este texto, ate porque estou perfeitamente convencida d que fui a fonte de inspiração :P

    mto bem escrito meu bem* ly

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  8. quando vi aqui 7 comentários quase q me deu um fanico, LOL!! eu sabia q este texto era um sucesso.. juro-te q já o reli vezes sem conta.. é o meu espelho.. @

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  9. melhor texto de sempre e mai nada

    (já é a terceira vez que comento este xD)

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