Estou cheio de trabalho, amanhã o dia começa cedo, como todos os outros, e acaba tarde, como todos os outros, vou morrer de sono na primeira aula e ressuscitar esfomeado na última. Vou acordar de manhã e dizer para mim mesmo que deixarei de fumar nesse mesmo dia, mas essa promessa acaba no preciso momento em que toca para o intervalo, e toda a gente corre para as mochilas e saca dos seus “nites”. Sou influenciável? Não, com certeza! Sou estúpido? Sim, com certeza!
Continuo cheio de trabalho, mas continuo a escrever, e nem sequer paro para reler o que disse, os erros ficam e as palavras a mais apagar-se-ão sozinhas, não há tempo para nada! Acordo à pressa, como à pressa, tenho aulas à pressa, chego a casa à pressa, tomo banho e janto à pressa, e agora?! Agora, quando a secretária se encontra cheia de livros e folhinhas brancas com os: a fazer, onde está a pressa? foi-se, coitada, devia estar com pressa para chegar a casa e alimentar a família, deve ter uma família enorme, uma família de pressas porque, nos escassos momentos em que a pressa não tem tanta pressa como eu e acaba por me perder, vejo que toda a gente corre, e que outras pressas atordoam outras gentes, afinal ela não me persegue só a mim, e sinto-me maníaco por ter a mania da perseguição. Sou egocêntrico? Não, com certeza! Sou estúpido? Sim, com certeza!
A verdade é que o trabalho continua todo em cima da secretária, mas eu sou do contra, e prefiro o pacato computador aos livros, e quando o computador perder o interesse corro para fora do quarto, escapando com bastante agilidade à rasteira que, com toda a certeza, a secretária me vai fazer, apanho o telemóvel e assim ficarei, entretido, como um puto, nas próximas horas. Sou infantil? Não, com certeza! Sou estúpido? Sim, com certeza!
E agora, agora que a pressa está a ver as novelas da noite, agora que a secretária ficou deitada no chão (o karaté ainda me serviu de alguma coisa!), agora que tenho o telemóvel na mão apercebo-me que ainda não disseste nada, e que nada vais dizer, já é tarde e os teus hábitos são tão usuais que nem sequer arrisco em ter a pequena esperança em como ainda me vais dizer qualquer coisa. Também não direi, embora saiba perfeitamente que, se hoje for o primeiro dia em que não dizemos nada um ao outro não será, certamente, o último.
Continuo cheio de trabalho, mas continuo a escrever, e nem sequer paro para reler o que disse, os erros ficam e as palavras a mais apagar-se-ão sozinhas, não há tempo para nada! Acordo à pressa, como à pressa, tenho aulas à pressa, chego a casa à pressa, tomo banho e janto à pressa, e agora?! Agora, quando a secretária se encontra cheia de livros e folhinhas brancas com os: a fazer, onde está a pressa? foi-se, coitada, devia estar com pressa para chegar a casa e alimentar a família, deve ter uma família enorme, uma família de pressas porque, nos escassos momentos em que a pressa não tem tanta pressa como eu e acaba por me perder, vejo que toda a gente corre, e que outras pressas atordoam outras gentes, afinal ela não me persegue só a mim, e sinto-me maníaco por ter a mania da perseguição. Sou egocêntrico? Não, com certeza! Sou estúpido? Sim, com certeza!
A verdade é que o trabalho continua todo em cima da secretária, mas eu sou do contra, e prefiro o pacato computador aos livros, e quando o computador perder o interesse corro para fora do quarto, escapando com bastante agilidade à rasteira que, com toda a certeza, a secretária me vai fazer, apanho o telemóvel e assim ficarei, entretido, como um puto, nas próximas horas. Sou infantil? Não, com certeza! Sou estúpido? Sim, com certeza!
E agora, agora que a pressa está a ver as novelas da noite, agora que a secretária ficou deitada no chão (o karaté ainda me serviu de alguma coisa!), agora que tenho o telemóvel na mão apercebo-me que ainda não disseste nada, e que nada vais dizer, já é tarde e os teus hábitos são tão usuais que nem sequer arrisco em ter a pequena esperança em como ainda me vais dizer qualquer coisa. Também não direi, embora saiba perfeitamente que, se hoje for o primeiro dia em que não dizemos nada um ao outro não será, certamente, o último.
Sou orgulhoso? Não, com certeza! Sou estúpido? Sim, com certeza!