Já era tarde, muito tarde. Já todos dormiam na casa verde excepto ele, a rua estava deserta e o vento fresco cortava o ofegante silêncio, como um relâmpago que ribomba e desaparece, na vácua escuridão. Muito lentamente, ele arrumava as últimas roupas e apetrechos na pequena mala, ansiando que o dia seguinte chegasse, que o sol finalmente, como por feitiço, nascesse, embora soubesse que a aventura decorreria muito antes da madrugada. Deitou-se na cama, repousou os olhos e quando voltou a abri-los, a aventura tinha começado.
A viagem foi indescritível, dias escaldantes e noites abafadas, lágrimas de riso, lágrimas de choro, olhos cansados de tanto e de tão pouco dormirem, peles brancas e peles queimadas, praias desertas e cidades atafulhadas, águas quentes e verdes, palácios surreais e mercados medievais, cheiros novos e bebidas exóticas, intermináveis horas de aeroportos e escalas, muita asneirada e parvoíce, assaltos a carros e lojas, “alcool drugs and rock and roll”, novas danças, novos amigos, novas línguas, novos conhecimentos, a new way of living. Aqueles escassos dias continham uma estrondosa lição de vida e o último dia chegou, tão rápido como o vento que ribombava na varanda, dias atrás.
A casa verde voltara a ter luz e aquele encanto especial que só a habitual confusão lhe dava, as janelas estavam outra vez abertas espalhando calor pelo perfumado jardim. E ele voltara à rotina, à deliciosa cama e ao seu quarto vanguardista, voltou a falar com as pessoas que mais falta lhe faziam. A acordar cedo, a ir comprar o jornal, que mais tarde entregava ao velho vizinho, em troca de um cigarro. Sentava-se então, à noite, no pequeno recanto da varanda, agora poeirento, e fumava-o, sem pressas, sem preocupações, tinha a pele queimada e os olhos mais claros, sentia-se renovado, recarregado de energia, de calma e paciência. Quando acabou o demorado cigarro foi-se deitar, e passou a mão pela parede verde da casa, nunca ninguém soube, nem sequer chegaram a desconfiar, mas aquela pequena carícia foi o maior sinal de agradecimento que ele alguma vez prestara à casa que tanto ama, e que tanta falta lhe faz, quando longe se encontra.
A viagem foi indescritível, dias escaldantes e noites abafadas, lágrimas de riso, lágrimas de choro, olhos cansados de tanto e de tão pouco dormirem, peles brancas e peles queimadas, praias desertas e cidades atafulhadas, águas quentes e verdes, palácios surreais e mercados medievais, cheiros novos e bebidas exóticas, intermináveis horas de aeroportos e escalas, muita asneirada e parvoíce, assaltos a carros e lojas, “alcool drugs and rock and roll”, novas danças, novos amigos, novas línguas, novos conhecimentos, a new way of living. Aqueles escassos dias continham uma estrondosa lição de vida e o último dia chegou, tão rápido como o vento que ribombava na varanda, dias atrás.
A casa verde voltara a ter luz e aquele encanto especial que só a habitual confusão lhe dava, as janelas estavam outra vez abertas espalhando calor pelo perfumado jardim. E ele voltara à rotina, à deliciosa cama e ao seu quarto vanguardista, voltou a falar com as pessoas que mais falta lhe faziam. A acordar cedo, a ir comprar o jornal, que mais tarde entregava ao velho vizinho, em troca de um cigarro. Sentava-se então, à noite, no pequeno recanto da varanda, agora poeirento, e fumava-o, sem pressas, sem preocupações, tinha a pele queimada e os olhos mais claros, sentia-se renovado, recarregado de energia, de calma e paciência. Quando acabou o demorado cigarro foi-se deitar, e passou a mão pela parede verde da casa, nunca ninguém soube, nem sequer chegaram a desconfiar, mas aquela pequena carícia foi o maior sinal de agradecimento que ele alguma vez prestara à casa que tanto ama, e que tanta falta lhe faz, quando longe se encontra.
És, e serás sempre, um santuário inacabado.
Efgarestonn!