21.11.09

A ti, M

Ontem o tempo passou demasiado rápido e falámos tão pouco, ou se calhar tu falaste pouco, porque só falas nos intervalos em que eu estou calado, e eu bem sei que são poucos! A verdade é que, independentemente do lugar onde estamos, do tempo que dispomos, da disposição que nos flui, tenho sempre a sensação de que não falamos o suficiente, e que há sempre algo mais para ser dito, ou finalizado. Se soubesses o prazer que é para mim poder falar contigo, sem segredos, sem tabus e ter a sensação de que, quanto mais de mim partilho contigo, mas tu gostas de mim, ficarias espantado, porque é mesmo algo que me toca. Sei perfeitamente que a nossa amizade é um tanto ou quanto invulgar, e também sei que é isso que a torna especial e memorável.


No entanto, decidi escrever-te para partilhar contigo um segredo que guardo comigo desde o dia em que me ofereceste, como presente de aniversário, aquele pequeno livro que guardo religiosamente na minha estante. Pensas que não noto que, sempre que vens cá a casa e entras no meu quarto, procuras desenfreadamente com esses teus discretos olhos, o livro que me ofereceste, e encontra-lo sempre no mesmo lugar, deitado em cima de tantos outros livros, mas sempre no topo, sempre no topo!


E, com esse pequeno livro que descreve uma amizade tão grande eu, decidi já há uns bons meses, senão anos, recolher as frases que mais se enquadram com a nossa amizade, e a verdade é que, embora sejam poucas, são as mais marcantes, tal e qual a nossa amizade:




“Os silêncios fazem as verdadeiras conversas entre amigos. Não é o dizer, propriamente, mas o não ser necessário dizer o que conta.”




“As amizades que passaram no exame do tempo e mudaram são, de certeza, as melhores.”




“Sei que, mesmo quando estou longe de vista não estou longe do coração. Os silêncios e as distâncias são tecidos na textura da verdadeira amizade.”




“Um amigo é aquele que entra quando todos os outros saem.”

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